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26/09/2008 - Trends of Print Latin America

Entre os dias 17, 18 e 19 de setembro aconteceu no Novotel CenterNorte, em São Paulo, a primeira edição da Trends of Print Latin America 2008 , maior realização da Afeigraf (Associação dos Agentes de Fornecedores de Equipamentos e Insumos para a Indústria Gráfica) no ano.

            O evento reuniu profissionais gráficos e fabricantes de soluções para o setor para debater e apresentar propostas de novos conceitos para garantir investimentos e tecnologias com mais certeza de retorno para os próximos anos.

            Dieter Brandt, presidente do evento e da Afeigraf,   abriu a conferência no dia 17 explicando os motivos que levaram à sua realização. “Os industriais gráficos precisam de meios para que saibam nortear seus investimentos em um mundo mais competitivo e com condições econômicas mais complexas do que nunca. É isso que a Trends of Print pretende oferecer; informações que atualizem tecnologicamente o mercado brasileiro e da América Latina, para que esse mercado e os clientes das graficas sejam cada vez mais competitivos”, disse Brandt.

            O ciclo de palestras foi aberto oficialmente com uma apresentação de Roberto Padovani no salão principal. O consultor do Banco West LB para a América Latina destacou aspectos da economia mundial com foco na atual crise subprime, o impacto economico da China e suas as influências sobre a economia mundial e do Brasil, destacando tendências que podem abrir novas oportunidades de investimento para os industriais gráficos.

            Na seqüência, aconteceram as palestras tecnológicas que contaram com a presença de Andreas Hitzler, da Müller Martini, Salvador Sindona, André Costa e Danilo Eskenazi (todos da Alphaprint), Eudes Scarpeta e Dr. Jürgen Rautert (este último, da Heidelberg Alemanha).

            “A indústria gráfica mundial sempre se depara com desafios. E um dos maiores desafios é aproveitar as novas tecnologias para produzirem melhor. No segmento de embalagens, a beleza de um impresso é fundamental para a venda do produto; e, nesse caso, eventos como a Trends of Print Latin America abrem canal para que possamos conversar com o público e mostrar tecnologias que podem melhorar e embelezar os trabalhos para seus clientes”, disse Hitzler, que abordou o tema Impressão offset rotativa para a indústria de embalagens, de rótulos e de embalagens flexíveis.

            Destacando os mercados emergentes como importantes fontes de negócios para as empresas fabricantes de tecnologias gráficas, Dr. Jürgen Rautert destacou ser o Brasil, ao lado da China, o mercado mais promissor para a Heidelberg.

            “A troca de informações que ocorre em conferências como a Trends of Print Latin America engrandecem a indústria como um todo. Hoje, temos mercados como o dos Estados Unidos e da Europa que estão estagnados, ao passo que o número de gráficas no Brasil cresceu 30% nos últimos cinco anos”, disse Rautert, que falou sobre o tema Sete passos para o sucesso, que mostrou caminhos que podem ser seguidos pelas gráficas para enfrentar a concorrência e obter lucro.

            No período da tarde, ministraram palestras técnicas Tony Kenney (manroland), Jorge Suárez (Nela USA) e Osmar Barbosa (Metrics). O dia foi encerrado com a apresentação de Benhard Niemela, diretor presidente da editora alemã Deutscher Drucker, que falou sobre as tendências apresentadas na Drupa 2008.

            “A crise nos Estados Unidos está fazendo empresas como a NELA voltarem ainda mais seus investimentos para a América Latina. E, na região, o Brasil é o país mais importante”, opinou Jorge Suárez, gerente da NELA USA para a América Latina. O tema de sua palestra foi “Da pré-impressão à impressão: como obter o registro ideal”.

            “A Trends of Print, assim como outros eventos do gênero, são fundamentais para permitir acesso dos empresários a informações que podem definir seus negócios”, disse Tony Kenney, da manroland. Uma das formas de obter o sucesso, segundo Kenney, é agregar valor à impressão. “E isso pode ser feito de várias maneiras, de acordo com o negócio da empresa e das tecnologias usadas. Mas o mercado hoje tem demandas específicas que não podem ser deixadas de lado pelas empresas”, disse. Sobre o BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China) Kenney destacou a participação desses países na Drupa. “Tanto a Rússia como o Brasil foram gratas surpresas. A China teve uma participação expressiva em nichos determinados, seguido pela Índia”, concluiu.

            No segundo dia, o evento foi aberto pelo jornalista e escritor Gilberto Dimenstein, que destacou a importância da Educação para o desenvolvimento e competitividade de um país. Foram mostrados projetos desenvolvidos pelo próprio jornalista na área da Educação, bem como apresentados dados que reforçam a necessidade de um forte investimento na área para que o Brasil possa superar seu déficit educacional.

            “O país está crescendo, mas, logo, irá se deparar ou já está se deparando com um problema mais sério e de solução mais difícil: a baixa qualidade da Educação”, disse.

            Depois, dando início ao ciclo de palestras gráficas, aconteceram três apresentações simultâneas: Novas tendências de tecnologias para corte e vinco, com Jürgen Anderl, da Marbach, Novos negócios com web-to-print, com Martílio Bueno, e Portal de comunicação entre a Indústria Gráfica e seus clientes, com Vlamir Marafiotti, da Agfa do Brasil.

            No salão principal, Michael Neugart, presidente da Polar (Alemanha), e Dr. Jürgen Rautert, da Heidelberg e que já havia palestrado no primeiro dia, mostraram as soluções conjuntas que ambas as empresas disponibilizam para o setor de Acabamento.

            “Esta é uma etapa muito importante do trabalho gráfico que, muitas vezes, não é muito considerada como fator decisivo para a rentabilidade pelos empresários”, disse Michael, que também ressaltou sua alegria de estar presente na Trends of Print. “Agradeço à Afeigraf pelo convite e pela oportunidade de participar de um evento deste porte. Estou muito contente com o que estou vendo aqui e creio que os empresários precisam dessas informações para se atualizarem e trabalharem com qualidade ainda maior”, destacou.

            Jürgen Anderl, da Marbach, compartilha da mesma opinião. “É uma oportunidade para fabricantes mostrarem o que têm, e empresários trocarem informações e se atualizarem”, disse.

            No período vespertino, a programação deu lugar a Yasuji Endo, da Komori, que falou sobre o tema Software para otimizar processos de impressão offset; Stefan Zürcher, que falou sobre Tendências e tecnologias em encadernação de lombada quadrada; e Alexandre Keese, que mostrou como realizar e ter sucesso com o Planejamento & Sucesso de um trabalho gráfico.

           

Fórum – O segundo dia da Trends of Print também foi marcado por um fórum com compradores de produtos de mídia impressa que encerrou o dia de palestras. Compuseram a mesa Cláudio Baronni, diretor da divisão gráfica da Editora Abril, Eliana Vilcher, da área de comunicação gráfica da Nestlé, Tais Cristina dos Santos, da área de compras gráficas da TAM e Manoel Manteigas, diretor da escola Senai Theobaldo De Nigris de Artes Gráficas, que debateram sobre o tema Exigências do mercado comprador de impressão. O fórum foi mediado por Karl Klökler, atual vice-presidente da Afeigraf.

            “Nosso objetivo foi o de criar um debate entre usuários e gráficos”, disse Karl.

            Perguntado sobre quais são os fatores que podem quebrar o vínculo entre gráfica e clientes, Baronni foi enfático: “Todos”, disse. “Qualidade sem prazo não adianta, apesar de, a meu ver, qualidade ser o principal ponto. Pessoalmente, não excluo nenhum ponto da relação entre cliente e fornecedor.”

            “As empresas querem ser cada vez mais competitivas. E elas fazem isso reduzindo custos. Dessa forma, ter bons parceiros é fundamental. E isso inclui todos os aspectos possíveis de uma relação entre clientes e fornecedores”, disse Tais.

            Perguntada se existe parceria fiel entre clientes e gráficas, Eliana, da Nestlé, afirmou que, uma vez criado um vínculo, é difícil quebrá-lo. “Normalmente, nossos fornecedores conhecem nossa estrutura e fluxo de trabalho a fundo, assim, esse vínculo acaba se tornando fundamental”, falou.

            “Infelizmente, às vezes o preço acaba fazendo com que o cliente troque de fornecedor. Mas, normalmente, esse cliente acaba retornando à gráfica antiga porque preço não é o principal fator nesse caso”, disse Baronni.

            Outras questões importantes sobre importação e exportação de produtos gráficos e responsabilidade sócio-ambiental ganharam destaque.

            “A Indústria Gráfica não é uma indústria verde, infelizmente. E não falo somente da parte ambiental, mas também da social”, disse Baronni. “Porém, a valorização da contratação de empresas sócio e ambientalmente responsáveis estará cada vez mais presente. Sinto que os clientes exigem isso.”

            No último dia de conferência, apresentaram-se David Friesen, diretor-presidente da gráfica Friesens, do Canadá, que ministrou a palestra China e o novo mundo da impressão, seguido por Carlos López, da Agfa Colômbia (que falou sobre o tema Novas tecnologias de impressão), Fernando Roso, da HP, que falou sobre Desenvolvimento de novos mercados em Impressão Digital: uma análise do sucesso de nossos clientes, e Manoel Manteigas, diretor da escola Senai Theobaldo De Nigris de Artes Gráficas, que discorreu sobre Educação: um fator crítico para o sucesso das empresas.

            Encerrando a Trends of Print, Ralph Nappi, presidente da NPES, principal associação gráfica dos EUA, falou sobre O futuro da impressão e seu crescimento até 2011. Nappi voltou a destacar as novas oportunidades que surgem em países emergentes do chamado BRIC (que inclui o Brasil) e a estagnação ou declínio dos mercados no mundo desenvolvido – Europa Ocidental, EUA e Japão, o que, segundo ele, está ligado à queda das tiragens.

            Entre os desafios, propõe questões-chave para gráficas de todo o mundo, com base na observação das recentes demandas dessas empresas. Mais do que nunca, segundo ele, o desempenho no mercado de impressão estará ligado, em ordem de importância, a fatores econômicos, estabilidade mundial, custo da energia e do papel.




















































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